QUEM SOMOS

FUTURO LIMPO é um movimento de âmbito nacional, criado com o objectivo único de dar corpo à discordância e oposição de muitos cidadãos portugueses relativamente à concessão de direitos de prospecção, pesquisa, exploração e produção de petróleo e gás em território nacional (onshore e offshore).
Propomo-nos desenvolver todos os esforços e usar todos os meios legítimos (informação dos cidadãos, mobilização popular, acção política e recurso a instrumentos jurídicos, entre outros) com vista à suspensão e cessação de todos os contratos em vigor nestes domínios.
As razões da nossa oposição são de natureza ambiental, económica e social, assentam em argumentos factuais e têm como único objectivo  a construção de um futuro sustentável e de progresso para o nosso País, que passe por uma visão estratégica baseada  na ‘economia de baixo carbono’, uma economia limpa de emissões, que  a maioria dos países procuram implementar, como ficou patente na adesão maciça ao Acordo de Paris assinado em Dezembro último e que Portugal já assinou. São esses argumentos que estão vertidos  no Manifesto Dez razões contra a exploração de gás e petróleo no Algarve e no resto do país, subscrito por mais de uma centena de personalidades dos mais variados sectores da nossa sociedade. 
Reconhecendo o importante papel que os movimentos e associações do Algarve têm desempenhado nesta luta, o movimento Futuro Limpo propõe-se alargar a todo o país esta tomada de consciência e contribuir para despertar a sociedade civil portuguesa de forma a agir na defesa desta Causa, que consideramos vital para um futuro sustentável.
Enquanto o mundo  está a mudar de paradigma energético face à ameaça global das alterações climáticas e da emissão crescente de gases com efeito de estufa, os contratos de prospecção, pesquisa, e exploração de  petróleo e gás vão no sentido oposto, contradizendo todos os esforços realizados por Portugal com base nos seus compromissos internacionais e no caminho já percorrido no investimento em energias limpas. 
Acreditamos na TRANSIÇÃO ENERGÉTICA em Portugal. Uma transição assente na exploração de recursos renováveis, na eficiência e na mobilidade sustentável, sem emissões de gases com efeito de estufa e outras emissões poluentes. No interesse do País, empenhámo-nos neste combate com vista a fazer cessar, desde já, todos os contratos em vigor, por forma a evitar custos irreparáveis para o ambiente, para o turismo, para a economia e para a vida das comunidades. Não é aceitável que por omissão, por silêncio, por ignorância, por negligência ou por cumplicidade, estes contratos para a prospecção e a exploração de petróleo e gás no país, e especialmente no Algarve, imprudentemente assinados, continuem em vigor sem prévio escrutínio democrático do parlamento e dos cidadãos.

A equipa

vasconcelos

António Pedro Vasconcelos

cineasta e presidente da associação Peço a Palavra

carmo-afonso

Carmo Afonso

advogada

malheiros

José Vitor Malheiros

consultor e colunista

julia

Júlia Seixas

professora da FCT - Universidade Nova de Lisboa

lidia

Lídia Jorge

escritora

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Luísa Schmidt

investigadora do Instituto de Ciências Sociais

ricardo

Ricardo Paes Mamede

professor do ISCTE-IUL

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Rui Horta

coreógrafo, director artístico do Espaço do Tempo

viriato

Viriato Soromenho Marques

professor FL-Universidade de Lisboa

Organizações que subscrevem o manifesto

Futuro LimpoMALP Climaximo APP Zero SOS Salvem o SurFNão Fracking AljezurPALPTavira em transiçãoportoclima

 
 

  • Preservar Odeceixe
  • Grupo Vila do Bispo
  • Conserva Portugal, livre de gás e petróleo
  • Colectivo Clima

10 RAZÕES

contra a exploração de gás e petróleo no Algarve e no resto do país

Foram assinados nos últimos anos contratos para a concessão de direitos de prospecção, pesquisa, desenvolvimento e produção de PETRÓLEO E GÁS em todo o território nacional, on-shore e off-shore, mas com particular incidência na região do Algarve. Em alguns casos, estes contratos foram assinados apenas duas semanas antes das eleições legislativas de Outubro de 2015. Portugal ficou, assim, vinculado a um negócio que comporta riscos ambientais graves para uma região que deve muito da sua imagem, economia e riqueza à excelência dos seus recursos naturais, nomeadamente de áreas protegidas como o Parque Natural da Ria Formosa e da Reserva Natural do Sapal de Castro Marim, o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e a Costa Vicentina. As contrapartidas financeiras são indeterminadas ou insuficientes para o Estado, não estando previstas quaisquer contrapartidas concretas e conhecidas para a região do Algarve.

1. Alterações climáticas

Surge em oposição às políticas actuais de combate às alterações climáticas e que Portugal tem subscrito e adoptado, internamente e no quadro da política Europeia. A comunidade científica internacional considera comprovado que o consumo de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural) é a causa humana que mais contribui para o desequilíbrio climático do planeta;

2. Decisões mal fundamentadas

Foi uma decisão tomada sem uma Análise prévia de Custos-Benefícios, sem qualquer processo de auscultação pública, e que, a concretizar-se, implicaria uma mudança de paradigma do Algarve, que passaria, a prazo, de uma região eminentemente turística para uma região marcada pela petro-química, com tudo o que isso implicaria, e sem atender à opinião e à participação dos residentes no Algarve;

3. Não há Estudo de Impacte Ambiental

Foi uma decisão tomada sem qualquer Estudo de Impacte Ambiental, que a mais elementar regra de precaução aconselharia, logo desde a fase de prospecção. Mesmo as operações previstas para a fase de prospecção e pesquisa, a concretizarem-se, poderiam trazer perturbações à actividade piscatória do Algarve, à semelhança do que se passou em 2011 no Centro e no Norte de Portugal;

4. Riscos sub-avaliados

Existe uma clara sub-avaliação dos riscos de catástrofe ambiental para o Algarve. Os seguros para reparar prejuízos causados ao Estado ou a terceiros não estão quantificados, e os concessionários ficaram dispensados de prestar Cauções ao Estado para garantir o pagamento de eventuais indemnizações durante a fase de produção, altura em que é muito provável a ocorrência de fugas de gás e outros acidentes, como está largamente documentado para outras regiões do Planeta;

5. Desprotecção legal

O enquadramento legal destes contratos de concessão encontra respaldo em legislação com mais de 20 anos (DL 109/1994) que não leva em consideração as preocupações actuais no que respeita às explorações de combustíveis fósseis;

6. Contrapartidas insuficientes

As contrapartidas financeiras são indeterminadas ou insuficientes. Incidem sobre “resultados líquidos positivos”, ou seja, depois de deduzidos todos os custos da prospecção e da exploração. As Rendas de Superfície”, as “Taxas de Celebração de Contrato” e a chamada “Contrapartida para o Estado” são muito baixas (de 3% a 8% em função da produção!). As “Taxas de Transmissão de Posição Contratual” são irrelevantes, incidentes que são sobre operações de trespasse da exploração de riquezas naturais do País. Desconhece-se também a existência de um mecanismo de actualização monetária destes valores;

7. Algarve sem benefícios

Não foram salvaguardadas quaisquer contrapartidas para o Algarve. Não é conhecido nenhum documento escrito que sustente com eficácia e transparência qualquer benefício para a Região. Os lucros iriam para as concessionárias, com contrapartidas ridículas para o Estado. E o Algarve ficaria com os riscos ambientais, que constituem uma ameaça à sua economia (Turismo e Pescas);

8. Contratos só beneficiam empresas

Pelo contrário, na maior parte dos contratos existem Cláusulas de Estabilidade que garantem que as empresas concessionárias têm de ver garantidos os seus lucros expectáveis, sendo que os litígios levantados não serão resolvidos nos tribunais públicos, mas sim através de Convenções de Arbitragem, conduzidas à porta fechada, em tribunais arbitrais privados e sem possibilidade de recurso das decisões;

9. Risco sísmico

O Algarve apresenta várias falhas sísmicas, tendo sido o mar a sul de Tavira e a zona do Cabo de S. Vicente, em Vila do Bispo, os epicentros dos maiores desastres sísmicos que, ao longo dos tempos, assolaram a região algarvia. Esta característica constitui um risco adicional à actividade de prospecção e produção de gás e petróleo on-shore e off-shore;

10. Aquíferos vulneráveis

Não podemos ignorar a importância da água e a sua escassez na região algarvia. Os aquíferos do Algarve são bastante vulneráveis devido à fraca permeabilidade, que faz com que a capacidade de diluição de produtos poluentes seja muito baixa e que haja uma maior persistência dos contaminantes. O fraco poder de filtração e as velocidades elevadas de circulação de água são dois aspectos que, aliados, fazem com que qualquer poluente possa atingir rapidamente o aquífero e seja transportado até captações distantes num curto intervalo de tempo. Acresce que os aquíferos algarvios são o último recurso de abastecimento às populações em anos de seca, como já aconteceu em 2005.

Não à prospecção!

Por tudo o que foi exposto, apelamos ao Governo para que reverta estes contratos de contornos pouco transparentes e cujos efeitos seriam desastrosos para o Algarve e danosos para Portugal. A História julgará os responsáveis que, por omissão, por silêncio, por ignorância, por negligência ou por cumplicidade, deixaram passar sem oposição estes contratos para a prospecção e a exploração de petróleo no país, e especialmente no Algarve.

Adira ao manifesto

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Se concorda com o manifesto 10 RAZÕES CONTRA A EXPLORAÇÃO DE GÁS E PETRÓLEO NO ALGARVE E NO RESTO DO PAÍS pode subscrevê-lo através do formulário abaixo.
 

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Subscritores

Os primeiros 100: Adelino Gomes, Alexandra Lucas Coelho, Alexandre Quintanilha, Alfredo Barroso, Alfredo de Sousa, Álvaro Domingues, Ana Delicado, Ana Nunes de Almeida, Ana Zanatti, André Freire, Angela Rosa, António Arnaut, António Branco, António Garcia Pereira, António Borga, António Gomes Martins, António-Pedro Vasconcelos, António Zambujo, Aprígio Ramalho, Bernardo Reino (Gigi), Boaventura Sousa Santos, Carlos do Carmo, Carlos Tê, Cristina Bastos, Eduardo Paz Ferreira, Eglantina Monteiro, Eugénio Sequeira, Filipe Oliveira Baptista, Fernando Rosas, Francisco Louçã, Francisco Ferreira, Francisco Teixeira da Mota, Gastão Cruz, general José Loureiro dos Santos, Hélder Costa, Henrique Cayatte, Irene Flunser Pimentel, Isabel Salavisa, Isilda Gomes, João Camargo, João Chambers, João Gabriel Bargão dos Santos, João Ferrão, João Gil, João Lavinha, Joaquim de Almeida, Jorge Botelho, Jorge Palma, Jorge Wemans, José Alberto Nunes da Cruz, José Amarelinho, José Jorge Letria, José Maria Brandão de Brito, José Vila, José Reis, Júlia Seixas, Júlio Marques Mota, Lia Vasconcelos, Lídia Jorge, Luís Lopes, Luís Ribeiro, Luís Vicente, Luísa Costa Gomes, Luísa Schmidt, Manuela Matos Monteiro, Manuel Alegre, Manuel Baptista, Manuel Carvalho da Silva, Manuel Viseu, Margarida Antunes, Maria do Céu Guerra, Maria Eduarda Gonçalves, Mariana Mortágua, Marta Cabral, Maurice Levy, Miguel Real, Maria do Rosário Gama, Nuno Artur Silva, Nuno Júdice, Olga Roriz, Paulo Morais, Pedro Abrunhosa, Pedro Bacelar de Vasconcelos, Pedro Barateiro, Pedro Martins Barata, Pedro Prista, Philipe Guillaume, Pilar del Rio, Ramiro Soares Rodrigues, Ricardo Sá Fernandes, Richard Zimler, Rosa Guedes, Ruben Alves, Rui Cardoso Martins, Rui Horta, Rui Tavares, Rui Vieira Nery, Rui Zink, Sebastião Pernes, Sérgio Godinho, Teresa Calém, Vasco Lourenço, Virgílio Castelo, Viriato Soromenho-Marques, Vítor Aleixo, Vítor Guerreiro, Vítor Neto 

Amílcar Theias, Ana Noronha, Angela Cerveira, António Gomes Marques, Bruno Fialho, Francisco Rolo Oliveira, João e Margarida Cutileiro, João Pedro Gouveia, Jorge Vasconcelos, José Carlos Pinto Coelho, José Ribeiro e Castro, José Sousa, José Vitória, Manuel Brandão Alves, Maria Adelaide Crespo, Mário Rosa, Pedro Cabrita Reis, Rui Junqueira Lopes, Teresa Brás, Vladimiro Viana

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